Uma dose para três - Cap IX

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- Julia, posso conversar com você?

- Derik, depois de ser um cretino ao telefone você ainda quer conversar? - Eu estava realmente nervosa.

- Eu sei Julia, me desculpe por aquilo, mas é que eu não posso suportar a ideia de você saindo com aquele idiota.

- Em primeiro lugar o Jonathan não tem nada de idiota, e em segundo lugar, somos apenas amigos, ok? - Eu não tinha certeza da veracidade daquela frase, mas até o momento, éramos mesmo amigos.

- Julia, está na cara que aquele idiota tem segundas intenções com você, e eu sei que ele só quer se aproveitar, e eu não quero que você se machuque!

- Ok, Derik, ache o que quiser, pense o que quiser, mas eu não sou sua propriedade para você dizer o que quer para a minha vida, já sou adulta, e sei tomar minhas decisões. -Mentira.

- Você sabe o que faz Julia, depois não diga que eu não te avisei. - Ele vira as costas e vai embora sem se despedir.

Que garoto ridículo, acha que pode controlar minha vida assim desta forma, sabia que hoje seria um dia daqueles, só não imaginava Derik vindo querer bancar uma de "pai" pra cima de mim. 

Continuo meu caminho até a sala de aula, encontro com meus colegas, pergunto sobre a matéria perdida, entrego meus trabalhos, e assim vai passando meu período de aula. Quando o horário de saída de aproxima, ainda não tenho a certeza se compareço ou não ao meu encontro com Jonathan... afinal, estou com aquele frio na barriga horrível, aquele que você tem a sensação de que algo importante está para acontecer.

Por fim, decido ir, afinal, não posso me esconder em casa para sempre, tenho que ir para a faculdade, e ele sempre estará lá. Levanto da cadeira, pego minhas coisas, me despeço de meus colegas e vou em direção a área externa do Campus. Estava uma noite escura e fria, aquelas em que quando respiramos sai vapor de nossas bocas. 

A lua estava cheia e brilhante, havia tempos que eu não via uma lua daquele jeito, majestosa e imponente. Paro por alguns minutos para observá-la, e de repente sinto braços me envolvendo por trás, em um abraço aconchegante e quente... quando me viro vejo Jonathan. Aquele momento foi perfeito, eu podia senti-lo junto de mim, corpo com corpo, e só aquilo bastava.